quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Do Futsal - Jogadores um reconhecimento

É uma mania que eu tenho, a de ano após ano fazer uma pequena avaliação sobre o que me aconteceu nos últimos 12 meses. Neste Dezembro, optei por ir novamente ao tema do desporto e mencionar algumas pessoas que marcaram este período. Começo por destacar alguns jogadores que foram “meus”, uns por mais tempo que outros, mas que de uma maneira ou de outra deixaram uma marca no tempo que passaram comigo.
Bruno Sequeira, um jovem jogador que me acompanhou este ano no mundial de Futebol de Rua. Eu já o conhecia de o treinar durante a ultima época, mas foi em Aveiro e França que ele mais brilhou e fez com que o admirasse como pessoa e como atleta. Como deve ser do conhecimento de alguns, a classificação de Portugal não foi aquela a que nos tínhamos habituado nos anos anteriores, um 2º e um 4º comparados com um 14º é uma diferença muito significativa, e como podem imaginar a moral e a motivação foram muito difíceis de gerir. E foi precisamente um jovem de 17 anos que conseguiu transmitir alegria e jovialidade para dentro do grupo. Quando já os treinadores pensavam no que fazer á vida, era sempre o Bruno que mantinha o grupo bem disposto e que em muitas ocasiões, com acções e palavras conseguiam despertar novamente a minha vontade de combater neste mundial e lembrar-me que estava lá pela minha pátria. O número 10 desta selecção teria sido o factor de sucesso nos outros anos, e sem duvida teríamos sido campeões . O seu pequeno tamanho não transmite a grandeza do que é capaz de fazer, pelo que sempre terá a minha gratidão e poderá contar comigo para o que quiser e necessitar.
Rui Andrade, o jogador que mais tempo teve comigo nos dois projectos em que participei. Também esteve comigo no Brasil, no Futebol de Rua, onde mais uma vez mostrou a sua personalidade boa e leal. Uso a palavra boa, porque a palavra em si, já descreve a essência do seu carácter. Um bom amigo com um grande coração, o que já me levou a dizer que ele poderia ser um excelente missionário. Pensa sempre nos outros antes que nele próprio e quando chegar á idade em que não se preocupar com a imagem que quer transmitir aos outros, e quiser seguir unicamente os seus instintos, vai com toda a certeza fazer muito bem a muita gente. Acho mesmo que de todos os jovens que conheci, é o Rui aquele que melhor encarna o que eu gostaria de poder dar como exemplo. Poucas palavras e muitas acções, é a sua principal característica.
Tiago Carriço, o jovem que mais mudou a ideia pré concebida que tinha dele. Um poço de força, energia e amor á camisola. Nele caía sempre a minha ultima esperança de mudar um jogo ou de puxar pela equipa quando as coisas não estavam bem. A juntar á sua grande força interior, também é dono de uma enorme humildade o que potencia a sua vontade de querer sempre fazer mais e melhor. Quem não se lembra da sua exibição contra a Zona Sul na primeira volta, absolutamente fantástica, com um génio e uma força sobre-humana, carregou com a equipa e arrancou, das mãos dos jogadores da Baixa da Banheira, uma vitória quase certa. De certeza que quando no futuro tiver a orientar jogadores noutros sítios do globo, vou dar como exemplo o caso de um jogador que tinha um (des)penteado maluco e que era capaz de acordar uma equipa inteira.
Tiago Baião, é um daqueles que nasceu para jogar á bola e que por adorar o que faz, é um exemplo do que um atleta deve ser. Sempre pontual, sempre dedicado e sempre preocupado foi um ponto de referência para todos os colegas. Quando alguns davam desculpas por algum atraso, eu podia falar no Baião e dizer, que o que vivia mais longe nunca se atrasava, pelo que eu sentia que podia sempre exigir mais pontualidade. Uma das coisas mais importantes num jogador e num grupo é poder contar com alegria de pertença, ou seja, gostar de ser parte da equipa, gostar dos colegas, adorar jogar e transmitir esse sentimento aos colegas. Ora o sorriso Colgate do Baião foi sempre um barómetro da disposição de todos e ao mesmo tempo um catalisador da sincera boa disposição do grupo.
Carlos “Quaresma” Rodrigues, que dizer deste jovem? Que é um grande jogador, um grande colega e um bom amigo? Parece pouco... Foi um pilar de fortaleza na equipa, fosse em que competição fosse, e se falei do Futebol de Rua, posso sinceramente dizer que se o tivesse na selecção de Paris, com toda a certeza as coisas teriam sido diferentes. Sempre “cool” e sereno, conseguia transmitir essa sensação a todos, especialmente nos momentos em que o grupo se mostrava mais instável ou menos confiante. A juntar a tudo isto tem um sentido de humor impagável, conseguindo pôr sempre toda a gente com um sorriso nos lábios, o que num grupo que passa mais tempo junto que algumas famílias, reveste-se de uma importância fulcral. Onde quer que esteja e em qualquer equipa que jogue, vai ser sempre um elemento essencial ao bom funcionamento dentro e fora das quatro linhas.
Jorge Fino, é um daqueles raros jovens (infelizmente muito raros), que consegue juntar inteligência á boa capacidade de expressão. Senhor de poucos sorrisos, é um daqueles que consegue sobrepor-se ás situações com uma força interior invejável. Vou sempre falar da vez em que lhe pedi para virar um resultado, para entrar em campo e conseguir abanar o jogo e a sua equipa. Assim foi.... minutos depois a bola já estava dentro da baliza e conseguimos em dois minutos (os ultimos) sair de um 3-1 para um 3-3. Por ter conhecimento das suas capacidades, é o unico a quem deixo uma mensagem, ou melhor um conselho: Duvida, questiona e analisa tudo o que te dizem ou o que querem que acredites. Tens essa capacidade, por isso se te dizem que não prestas, duvida. Se te dizem que és muito bom, questiona. Pode ser chato ou dificil, mas olha, é a cruz de quem tem uma capacidade intelectual acima da média, mas isso também vai acabar por te dar o equilibrio de uma vida com sucesso.
Estes foram os jogadores que mais marcaram o ano de 2011 e a para com quem eu tenho uma divida de gratitude. Sabem, porque me conhecem, que poderão sempre contar comigo, do mesmo modo que eu sempre pude contar com eles.

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